quinta-feira, 3 de julho de 2008

Iludindo o público

JOSÉ CARLOS DE AZEVEDO

Há quase 20 anos, o IPCC, órgão da ONU, patrocina a novela do aquecimento global e faz "previsões" sem amparo científico N. WIENER graduou-se em matemática aos 14 anos e doutorou-se em lógica aos 18 na Universidade Harvard. Conhecido como pai da cibernética, contribuiu para outros ramos da ciência e afirmou que as "tentativas de modelar o clima espremendo equações da física em computadores, como se a meteorologia fosse uma ciência exata como a astronomia, estão condenadas ao fracasso", que a "auto-ampliação de pequenos detalhes frustraria qualquer tentativa de prever o clima" e que "os líderes dessa atividade estavam iludindo o público ao pretender que a atmosfera é previsível".

Opinião semelhante foi a de J. von Neumann, matemático que contribuiu para a mecânica quântica, as teorias dos jogos e dos computadores, o projeto da bomba de hidrogênio e a previsão do tempo.

Há quase 20 anos, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, na sigla em inglês), órgão da ONU, patrocina a novela do aquecimento global e faz "previsões" sem amparo científico.

Dois grupos distintos cuidam do clima: o dos cientistas, que conhecem a complexidade do problema e procuram decifrá-la, e os "modeladores", que usam teorias do século 19 e "prevêem" o clima até o final dos séculos.

Este segundo grupo usa computadores colossais, faz projeções e estimativas, fala de indícios e vestígios, já consumiu US$ 50 bilhões e nada contribuiu para elucidar o problema. Quer frear o desenvolvimento mundial e levar países à miséria ao propor a redução drástica do uso de combustíveis fósseis porque, diz ele sem provas, o dióxido de carbono (CO2) gerado pelo homem é o responsável pelo aquecimento. Reduzindo a emissão, acrescenta, o aquecimento no fim deste século será de uns dois graus e a natureza estará salva.

Mais eficazes são as propostas do Voluntary Human Extinction Movement e da Gaia Liberation Front, que querem extinguir a humanidade para salvar a natureza.
Não há prova que o CO2 é responsável pelo "efeito estufa", mas é certo que o Sol e a água (nuvens, vapor d'água, cristais de gelo) condicionam a temperatura e o clima na Terra. O IPCC e seus 2.500 "cientistas", porém, culpam o CO2.

Ocorre que o IPCC não estuda nada: faz resenha de trabalhos publicados, adultera-os quando lhe convém e alardeou a importância de dois deles, o de Michael Mann e o relativo às camadas de gelo extraído na Antártida, em Vostok.

O trabalho de Mann analisou a temperatura na Terra entre os anos 1000 e 1980 e disse que as emissões de CO2 a partir do início da era industrial causaram o maior aumento de temperatura daquele milênio. Pois esse trabalho é uma manipulação de dados e nem falam mais dele. Quanto às camadas de gelo, é certo que o aumento da temperatura antecede o da emissão do CO2, e não o oposto.

A banda de música do IPCC é o filme do Al Gore, cuja exibição foi proibida na Inglaterra por decisão judicial, exceto se mencionar as inverdades que contém: aumento do nível dos mares, morte de corais e ursos polares, Tuvalu, Vostok, malária etc.

Restou ao IPCC citar os 2.500 "cientistas" e o seu "consenso" sobre CO2 "antropogênico". Consenso não é referencial científico e, se for questão de números, há muitas listas de consensos de cientistas qualificados, identificados e contrários ao IPCC: a de Frederick Seitz, antigo presidente da Academia Nacional de Ciências e do Instituto Americano de Física dos EUA e atual presidente da Universidade Rockefeller e do Instituto George Marshall, por exemplo, tem mais de 32 mil assinaturas. O último relatório do IPCC tem 51.

A compreensão da natureza do clima começou em 1610 com Galileu, descobridor das manchas do Sol. Em 1752, Franklin mostrou que as nuvens têm cargas elétricas. Em 1998, o Instituto de Pesquisas Espaciais da Dinamarca provou a influência da radiação cósmica no clima. Em 2006, o Cern, o maior centro de pesquisas nucleares, cujo acelerador de partículas tem 27 km, criou um consórcio com dezenas de universidades e cientistas para ampliar as descobertas na Dinamarca que provam que o campo magnético do Sol controla a radiação cósmica incidente e, portanto, o clima; e que a passagem do Sol pela Via Láctea explica as glaciações e interglaciações. Os "modeladores" iludem a população e não dizem que o pólo Norte de Marte está derretendo.

Os investimentos em computadores profetas devem ser destinados às pesquisas em biologia. As plantas retiram da atmosfera, por ano, bilhões de toneladas de carbono, e um bom laboratório -a Embrapa, por exemplo-, com um mínimo daqueles US$ 50 bilhões, pode desenvolver plantas que absorvem mais carbono. Elas farão o ar mais limpo e produzirão mais alimentos.

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JOSÉ CARLOS DE ALMEIDA AZEVEDO , 76, é doutor em física pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA). Foi reitor da UnB (Universidade de Brasília).
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br
REFERÊNCIA PARA CITAÇÃO:
AZEVEDO, José Carlos de. Iludindo o público. Folha de São Paulo, São Paulo, 1º de julho de 2008, Opinião – Tendências e debates. Disponível [online] em < http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0107200808.htm> Acesso em 2 de julho de 2008.

Raridade: Professor de História que não é Comunista

Existem dois fatos observados:

1 - Praticamente todos professores de história são comunistas
2 - Quanto mais elitista a escola, mas comunista é o professor de história

É raro, mas de vez em quando a gente acha um que não é. Este vídeo do Globo.com apresenta um comentário do único professor de história não comunista que vi em minha vida. Não achei que viveria para ver essa espécie quase extinta.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

McCain, Obama e os Biocombustíveis

Saiu na Veja que Obama é a favor do protecionismo contra o álcool brasileiro. McCain é a favor de um programa para diminuir a dependências dos EUA do petróleo e assim, quer derrubar as barreiras comerciais para a importação do álcool brasileiro. Obama é pior para o Brasil. Brasileiro que apóia Obama é a favor do imperialismo americano (hehe).

Pergunta que não quer calar

Me mandaram essa pergunta:

DIRIGIR UM VEICULO BÊBADO, NÃO PODE!!!
E DIRIGIR UM PAÍS, PODE ???

Realmente é uma boa questão.

terça-feira, 1 de julho de 2008

A Luta Continua!

Excelente artigo do Hanson. Originalmente foi postado aqui.

Acho um absurdo a Igreja se meter assim nas questões de Estado! Ainda bem que a ciência prevaleceu sobre o obscurantismo, na questão das células-tronco embrionárias, ao contrário do que vimos em muitas ocasiões na história. Não podemos deixar a religião interferir na vida pública!

A oposição à escravidão, verificada no início do primeiro milênio, foi contra a base da economia romana, e contra o progresso material! Quando as luzes vieram, no renascimento, retomamos a escravidão, que nunca devia ter sido encerrada. E pra você ver como os católicos querem se meter na vida de todos, quando os bandeirantes quiseram botar os vagabundos dos índios pra trabalhar de escravos, os jesuítas não deixaram! Já na Idade Média, a regulamentação da tortura, obra de carolas, impediu que se torturasse alguém mais do que uma vez na vida e que se derramasse o seu sangue no processo, impedindo muitas investigações e tirando um poder lícito dos reis. Depois, a catequização dos índios e o combate ao infanticídio e às guerras fratricidas entre eles dizimou valores culturais antiqüíssimos, mostrando quão opressora é essa instituição.

Depois, na sociedade moderna, vemos que a Igreja impôs muitos de seus mandamentos na lei. Por exemplo, a proibição do assassinato acabou com o justo direito dos Estados sobre os seus cidadãos. E quer lei mais opressora que o atentado ao pudor? Por que não pode bacanais em público, como faziam os romanos? E o estupro, mero seguimento da natureza? Só são proibidos por causa da Igreja!

Não é só isso, em muitas outras coisas a Igreja e seus carolas interferiram nas leis até hoje, cometendo diversos impropérios e entraves à civilização! Por que não posso matar meus filhos se nascerem com deficiência? Por causa da Igreja! Pois onde ela não atuou, pode. Por que não posso bater na minha mulher caso ela me desobedeça? Por causa da Igreja! Onde esses reacionários católicos não têm vez, essa ação naturalíssima pode ser feita! Aliás, eu deveria ter o direito de matá-la a pedradas caso me traísse, mas os cristãos acabaram com esse direito!

E a pedofilia? Os gregos eram muito felizes com seus rapazotes, mas depois a Igreja, com seu moralismo, proibiu esse prazer! E os doentes? Que morram! Por que essa instituição tinha que se meter na vida dos saudáveis e inventar os hospitais? E ainda dar aos doentes direito de ser tratados gratuitamente, como pode? E essa história de educação gratuita e universidades? Invenção da Igreja Católica, o Estado não pode fazer isso! Por causa da Igreja, eu não posso arrancar a mão dos ladrões, matar o filho daquele que mata meu filho, eles impuseram uma série de coisas contrárias a tudo isso, que sempre foi feito na humanidade até a Igreja Católica se meter com seus tentáculos opressivos.

Está na hora de darmos um basta a esses que querem colocar seus valores religiosos nas leis. A luta continua!

Sobre liberdade e vida

Outro dia li na revista que vem com o jornal Correio Popular de Campinas - SP uma entrevista com um cidadão "católico" que parece ter como grande meta tornar a tradição da Igreja Católica uma piada. Agora, para qualquer um que estudou um pouco de filosofia, sabe que a figura é uma piada ambulante. O indívíduo é apresentado como teólogo e sinceramente, dado que considera que a liberdade tem precedência ontológica sobre a vida, é bem mal formado e instruído para uma discussão teológica/metafísica séria. Gostaria de por o nome dele neste post, mas não o tenho aqui. De qualquer forma, vou explicar melhor essa questão de precedência ontológica.

A vida tem precedência ontológica sobre a liberdade. Isso é mais que óbvio pois não é possível o exercício da liberdade sem que exista a vida. O mané do Correio Popular solta a máxima de que: "Não existe vida sem liberdade". Essa é uma frase que tem apenas sentido em nível poético, pois o que o autor dela tentou dizer é que sem liberdade a vida não vale a pena. Em certa medida isso tem algum sentido, dado que a liberdade é algo precioso, mas ninguém minimamente inteligente consegue concluir daí que a liberdade é condição necessária para a vida. Pelo contrário. Para que alguém proteste contra o cerceamento da liberdade, ela precisa estar viva. Quando você mata seres humanos abortando-os, você está antes de tudo atentando contra vida, e consquentemente contra a liberdade do abortado, e não primeiramente impedindo o exercício da liberdade por parte da abortista. Existem milhares de exemplos e analogias que podem explicar melhor isso.

Quando narram a calamidade das universidades brasileiras, às vezes eu duvido. Quando vejo um imbecil desses dando entrevista no jornal e posando de teólogo, aí não dá para ter dúvidas.