sábado, 22 de março de 2008

Bolsa ditadura

Artigo originalmente publicado em 12 de Março de 2008 no site VIDE - Vigilância Democrática.

Já presenciei por parte de conhecidos e amigos defesas acaloradas para a bolsa ditadura. São as “aposentadorias” a terroristas de esquerda que começaram a ser dadas no período de FHC. A idéia da bolsa ditadura é simplesmente premiar criminosos comunistas que são amigos de quem está no poder. Se no período da ditadura você explodiu alguém, você pode ganhar o benefício desde que seja de esquerda. Se você for “do outro lado” não merece nada. É bom deixar claro que não defendo a extensão da bolsa, mas sim a supressão deste injusto benefício para aqueles que mataram, aleijaram, seqüestraram e roubaram com a desculpa esfarrapada de que lutavam por um mundo melhor. Eu quero um mundo melhor, mas realmente não entendo como eu conseguiria realizá-lo cometendo crimes. Os atuais bolsistas podiam até ser sinceros nesta idiotice, mas de fato, não melhoraram mundo nenhum. Em compensação melhoraram o seu padrão de vida, o que não surpreende mais ninguém.

Recebi por e-mail um artigo de Elio Gaspari. Nele, o jornalista conta que “em 20 de Março de 1968, o jovem Orlando Lovecchio Filho, 22 anos, deixou seu carro numa garagem da Avenida Paulista e tomou o caminho de casa [quando uma][…] explosão arrebentou-lhe a perna esquerda. Pegara a sobra de um atentado contra o consulado americano, praticado por terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária”. Quem era Orlando Lovecchio Filho? Era um jovem azarado que tinha o sonho de ser piloto. Sua perna foi amputada e seu sonho profissional acabou. Depois de 40 anos ele reorganizou a vida virando corretor de imóveis e anda com uma prótese. Não ganha nada do governo por esse episódio.

Em compensação, Diógenes Carvalho Oliveira que realizou o atentado recebeu no início do ano R$ 400.000,00 a título de indenização. Na rebarba, leva ainda R$ 1.627,00 por mês pelo resto da vida. Diógenes é mais um exemplo do que um revolucionário comunista entende por justiça. Tungar do governo é justo desde que seja para um companheiro. A perna do homem comum é acidente de percurso.

Diógenes ainda assaltou e explodiu depois deste episódio. Por isso merece o bolsa ditadura. Hoje o bomberman comunista é conhecido como “Diógenes do PT” e foi ligado a Olívio Dutra do RS. Obviamente que, como quase todo comunista honesto, foi envolvido em um escândalo de corrupção. Em contraponto, Orlando lutou e trabalhou e por isso merece o desprezo da sociedade e da esquerda. Onde está a justiça? A resposta é meio óbvia. A justiça está na cabeça de Diógenes que sempre saberá quem realmente ele é: um fracassado. E Orlando também sabe quem ele é: um vencedor. Isso basta.