quarta-feira, 19 de março de 2008

Foro de São Paulo: Delírio ou Realidade?

Artigo publicado originalmente em 28 de Janeiro de 2008 no site VIDE - Vigilância Democrática

Há muitos anos fiquei sabendo da existência do Foro de São Paulo. Difícil agora precisar a data exata. O que me impressionou na época, foram as atas das reuniões do grupo que reunia o PT, o Partido Comunista de Cuba, os narcotraficantes da Farc, os seqüestradores do MIR Chileno e outros partidos da esquerda radical do continente latino-americano. Na época lembro que as atas estavam na internet, na página do próprio Foro de São Paulo, mas lembro também que, sem aviso ou explicação, retiraram as informações do site. Mas teve gente que copiou e as manteve na net, como é o caso do site Mídia sem Máscara. As atas mostram claramente as deliberações estratégicas de grandes lideranças da esquerda, passando por cima de quaisquer interesses nacionais na busca de criar na América Latina um regime comunista semelhante à antiga união soviética.

Em um país normal, creio que essas parcerias do partido dominante com criminosos seriam no mínimo, motivo de escândalo. Mas não no Brasil. Um silêncio na imprensa, quase absoluto, de muitos anos sobre esse assunto, só foi quebrado pelo jornalista Olavo de Carvalho (www.olavodecarvalho.org), que insistentemente manteve o assunto em pauta, mesmo que isso lhe custasse o sono e provavelmente, alguns empregos. É inacreditável que praticamente ninguém no Brasil quisesse saber que o PT, o PC Cubano e as Farc tramaram durante mais de uma década ações conjuntas para a tomada do poder na América Latina, pisando na soberania nacional. Talvez por isso a libertação de Olivério Medina, porta-voz da organização narcotraficante seja considerado um evento, sei lá, isolado, que a deportação dos atletas cubanos seja apenas o excesso de zelo da nossa diplomacia, e que denúncias de financiamento da campanha presidencial de Lula pelas Farc sejam tratadas como algo normal, um “inocente” caixa 2 de campanha. Como pudemos eleger Lula presidente sem saber que se sentava com criminosos e um ditador para tratar dos destinos do nosso país? Porque a imprensa não falou do assunto mesmo diante de denúncias e provas materiais tão abundantes na época?

Quando o assunto do Foro parecia fadado a ser considerado um delírio de meia-dúzia, não é com grande surpresa que abro a Veja desta semana com uma enorme reportagem que aponta essas relações escusas? Mesmo sabendo que o bombardeio contrário vai ser pesado, quando a maior revista do país se expõe desta maneira, temos que comemorar. Talvez o Foro se torne realidade, finalmente, para aqueles que ainda não o viram ou não tiveram a coragem de acreditar. Parabéns a Reinaldo Azevedo pela iniciativa de divulgá-lo.